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Em 2014, o Desafio do Balde de Gelo se espalhou pelo mundo graças à internet. Criada com o objetivo de pedir doações para pacientes com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), a campanha teve outros desdobramentos importantes. Além de conscientizar a população sobre a doença, a grana arrecadada também financiou pesquisas, como a que identificou um dos genes relacionados à ELA, o Nek1.

Mas, afinal, o que acontece com um paciente com Esclerose Lateral Amiotrófica?

A ELA é uma doença neurodegenerativa progressiva, relativamente rara, que afeta os neurônios e a medula espinhal. Conforme a doença avança, o paciente perde o controle dos movimentos musculares, o que muitas vezes resulta na paralisia total e morte em um prazo médio de até 5 anos após o diagnóstico.

Em estágios avançados, o paciente fica incapacitado de se comunicar – caso de Hanneke de Bruijne, uma mulher de 58 anos que ganhou fama por ser a primeira paciente com ELA a testar um implante cerebral que permite que ela se comunique por meio do pensamento.

Esta, aliás, é a primeira vez que uma interface cérebro-computador é utilizada em um ambiente doméstico, no dia a dia de uma pessoa, sem a necessidade de médicos e engenheiros para recalibrarem o aparelho.

Pouco tempo depois do diagnóstico, em 2008, Hanneke perdeu a habilidade de respirar sozinha e teve de contar com a ajuda de um respirador. “Ela está praticamente presa dentro dela mesma”, resume Nick Ramsey, do Brain Center da University Medical Center Utrecht, da Holanda.

Para se comunicar até então, Hanneke usava um aparelho que rastreava o movimento de seus olhos, que permitia que ela escolhesse letras em uma tela para soletrar palavras. O problema é que este meio também tem validade limitada, uma vez que 1 em 3 pessoas com ELA perdem a habilidade de mover os olhos.

É aí que entra o implante cerebral, que lê a atividade cerebral e traduz em um sinal que pode controlar um computador. O problema é que nem todo mundo consegue se adaptar a este sistema, que é bastante complexo. O caso de Hanneke, entretanto, é um grande avanço.

No vídeo abaixo, dá para se ter uma ideia do implante cerebral e como ele funciona.