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Com toda a tecnologia que temos hoje à nossa disposição, será que isso significa que estamos aprendendo mais e melhor? A questão foi feita pelo The Atlantic a diversos especialistas que atuam nas áreas de tecnologia, educação e conteúdo e as respostas deles nos levam a crer que não existe um consenso sobre o assunto. Há quem defenda que, na prática, pouca coisa mudou, enquanto há aqueles que acreditam a tecnologia tem colaborado, sim, para oferecer acessibilidade e para mudar a forma como se ensina.

A primeira coisa a se lembrar que a tecnologia é uma ferramenta, que sem o ser humano não faz nada sozinha. É o que explica a jornalista Amanda Ripley, que além de colaborar com inúmeras publicações é a autora de The Smartest Kids in the World e The Unthinkable. “Eu acredito que a tecnologia está mudando a forma como nós aprendemos, mas também acredito que ela seja superestimada. É uma ferramenta, como um lápis: pode fazer coisas incríveis, mas na verdade são os seres humanos que fazem coisas incríveis”, diz.

E falando em ferramenta, essa é a questão trazida por Pamela Fox, engenheira de currículo da Khan Academy, que questiona: “Por que escrever um livro sobre programação se eu posso ensinar isso online?” Ela lembra, ainda, que o principal mérito do uso da tecnologia na educação está na acessibilidade, uma vez que antigamente você tinha que sair de casa para participar de um curso, enquanto hoje é possível fazer isso sem sair de casa.

Tim Brown, designer e CEO da IDEO, também compartilha da ideia que a tecnologia digital está mudando o acesso que temos às coisas que podemos aprender. Ele, no entanto, não acredita que isso tenha um impacto mais profundo na forma como aprendemos. Para ele, nós continuamos aprendendo – seja com nossos corpos ou mentes – conforme vivenciamos uma experiência. “Nós precisamos ter experiências para que a gente aprenda com elas”, diz.

O impacto, então, não estaria ligado à forma como se aprende, mas sim em como se ensina, conforme explica o escritor e crítico literário William Deresiewicz. “Definitivamente mudou a forma como ensinamos. Mas acredito que seja uma questão em aberto se iremos aprender diferentemente”. Para ele, as lições mais memoráveis foram aquelas aprendidas quando havia alguma emoção envolvida. “E um computador não pode fazer isso”.

Professora do Departamento de Matemática da Universidade de Stanford, Jo Boaler faz parte do grupo de não vê grandes mudanças causadas pela tecnologia na educação, especialmente na sua área. Segundo ela, basta uma visita às aulas de matemática no Ensino Médio para perceber que em muitos casos continua sendo um professor falando e alunos copiando a matéria.

Muito longo não li: se por um lado realmente podemos perceber que cada vez mais professores estão tentando incluir a tecnologia como parte do processo de ensino, ainda é muito cedo para saber qual será o real impacto disso no aprendizado dos alunos. É inegável, entretanto, que é uma ferramenta que realmente torna o acesso à informação muito mais rápido e simples. Aprender mais? Sim. Melhor? É relativo.

E você, o que pensa a respeito disso? Você percebeu alguma mudança na sua forma de aprender ou no modo como seus professores ensinam por conta da tecnologia? Conte para gente nos comentários!