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É exatamente isso que você leu no título aí em cima. Todas aquelas imagens de vikings que a gente cansou de ver nos quadrinhos, na tevê e no cinema, tudo isso era mentira, segundo o canal de notícias Vox.com.

Mas, se é mentira, então como é que essa história começou?

Na prática, não existe indícios históricos de que os vikings usavam capacetes com chifres, segundo Roberta Frank, professora de Inglês e Linguística da Universidade de Yale. Acredita-se que essa ideia se disseminou por volta de 1876, graças ao compositor alemão Richard Wagner.

Antes disso, Roberta Frank diz que encontra-se raríssimas ilustrações de vikings usando capacetes com chifres, com datas a partir de 1856.

Foi só a partir da ópera Der Ring des Nibelungen (O Anel de Nibelungo), apresentada pela primeira vez em 13 de agosto de 1876, que começamos a ver o tal do capacete tomando conta das cabeças vikings.

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Isso ocorreu pelas mãos do figurinista Carl Emil Doepler, que usou penas para adornar os figurinos dos personagens mais ricos da história, enquanto os mais pobres… Bem, aos mais pobres sobraram os chifres.

Der Ring des Nibelungen faz parte de uma coleção de 4 óperas épicas de Wagner, todas elas adaptações da mitologia nórdica. O objetivo do compositor era, com isso, não só recontar estas lendas, mas a partir delas criar uma lenda germânica.

O império germânico estava em busca de sua própria lenda, um mito nacional capaz de contar suas próprias origens e que se distanciasse da história clássica de Roma e Grécia. As lendas nórdicas, então, pareciam uma boa opção de terceira via.

Isso tudo ocorreu em uma época em que o nacionalismo alemão (sempre ele) estava bastante em alta e a imagem de um grande guerreiro dos mares parecia agradar a maioria. De repente, as histórias nórdicas passaram por uma apropriação germânica, com direito à invenção dos capacetes com chifres.

Essa imagem logo se popularizou ao redor do mundo, dos games aos desenhos, inclusive os do Pernalonga…