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Não importa se você enxergou bem por toda a sua vida. Conforme envelhecemos, nossa visão vai piorando. Por volta dos 45 anos, muitas pessoas começam a ter dificuldade para ler, uma condição chamada presbiopia. E, se você já usava óculos antes, há grandes chances de você ou precisar de dois óculos, um para perto e outro para longe, ou adotar um multifocal.

O problema é que nem todo mundo se adapta aos óculos multifocais, e nem é preciso dizer que ser obrigado a carregar vários óculos não é das coisas mais práticas do mundo.

É aí que entram os óculos omnifocais, desenvolvidos por uma empresa israelense chamada Deep Optics. Basicamente, estes óculos contam com uma tecnologia que permite que o usuário enxergue qualquer coisa, sem ser limitado pelo campo de visão ou claridade.

Isso significa a possibilidade de ter uma super visão, tipo a do Super-Homem? SupermanSuperVision

Não é bem assim. As lentes da Deep Optics incorporam uma camada de cristal líquido transparente que pode ser modificada por uma corrente elétrica. O líquido se ajusta ao índice de refração das lentes – a forma como curva a luz que a atravessa – para mudar o grau dos óculos de acordo com a distância do objeto no qual os olhos estão focando.

Isso pode ser feito porque sensores nos óculos rastreiam as pupilas do usuário. São as mudanças na distância das pupilas – ou a distância entre os centros das duas pupilas – que indicam a profundidade do objeto no qual a pessoa está tentando focar. Uma unidade processadora inserida nos óculos podem usar a distância pupilar para calcular exatamente a qual distância o usuário está do objeto, e corrigir a corrente elétrica que altera a camada de cristal líquido que fornece o grau perfeito em tempo real.

Então é praticamente uma espada justiceira do Lion em Thundercats, que oferece a visão além do alcance?

lion

Sim, mas de uma maneira um pouco mais realista.

A tecnologia de líquido óptico ja tem sido usada nas lentes de câmeras fotográficas de smartphones, mas as lentes omnifocais da Deep Optics exploram esta tecnologia em uma escala muito maior. Isso significa um sensor muito mais sofisticado, assim como uma tecnologia de processamento mais eficiente, para se identificar a posição da pupila, calcular a distância e adaptar o cristal líquido em poucos segundos.

Segundo o CEO da Deep Optics, Yariv Haddad, é possível estabelecer que os óculos fiquem focados em um determinado grau padrão – como objetos mais distantes, por exemplo -, até que o usuário olhe para algo próximo, acionando o sistema para alterar as lentes. Desta forma, não é preciso buscar uma determinada área da lente para enxergar, como acontece com os multifocais. Basta olhar através da lente e ela funcionará automaticamente.

E apesar de este projeto todo já estar bastante avançado, ainda há muito trabalho pela frente, antes que o produto chegue ao mercado. Antes de mais nada, é preciso aperfeiçoar as lentes e diminuir os componentes elétricos, para que eles possam ser inseridos em pares de óculos normais.

Recentemente, a empresa anunciou um investimento de US$ 4 milhões, que será utilizado para dar continuidade ao desenvolvimento. A meta é que dentro de até 2 anos os óculos estejam prontos para testes em humanos.

Agora é aguardar para ver. Literalmente. E se você quiser saber um pouco mais, é só dar um play no vídeo abaixo.