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Ser escolhido para ir ao espaço pode não ser das tarefas mais fáceis do mundo, como a gente mostrou por aquiAinda assim, tem muita gente capaz de superar um montão de obstáculos para realizar este sonho. Caras como Clayton Anderson, que foi rejeitado 14 vezes pela NASA antes de finalmente se tornar um astronauta.

Essa história, contada no livro The Ordinary Spaceman, começa lá em 1981, quando ele se juntou à agência espacial norte-americana como estagiário. Depois de 2 anos, foi efetivado como engenheiro e se inscreveu pela primeira vez – de um total de 15 – para ser astronauta.

Como muitos garotos de sua geração, Clayton Anderson começou a cultivar o sonho de se tornar astronauta em 1968, quando o homem finalmente chegou à Lua. E lá se foram 15 anos participando do design e criação de naves espaciais e, nas horas vagas, lidando com a rejeição de não ter sido, mais uma vez, aceito no programa.

Agora, vamos combinar que depois de tantas rejeições, seria impossível para Anderson não virar motivo de piada da família e dos amigos. Mas ainda assim, ele optou por continuar tentando e, a cada nova tentativa, aprendia algo novo que o ajudou na tentativa seguinte.

Paciência é fundamental para a maioria dos candidatos – entre 1959 e 2013 foram mais de 50 mil. Destes, 338 foram selecionados – o que significa uma chance de 0.6% de ser escolhido. Entre os escolhidos para a equipe, 39% tinha mestrado e 38% doutorado. Já entre os pilotos, 53% tinha mestrado e 43% só o bacharelado.

Lá pelo 13º ano, Clayton Anderson já tinha praticamente perdido as esperanças de se tornar um astronauta. Era 1996 e ele estava pronto para desistir quando recebeu um telefonema solicitando que ele participasse de alguns testes para uma nova equipe.

Foi por pouco, e mais uma vez ele não conseguiu. Só que chegar tão perto fez com que ele se sentisse renovado. E continuou tentando, até que em 1998 ele foi chamado para uma nova entrevista. Desta vez, Clayton Anderson tinha um plano.

A partir de um feedback que ele obteve de sua primeira entrevista, ele descobriu que os avaliadores estavam preocupados com seu conhecimento e habilidades. Foi aí que ele decidiu falar mais sobre suas conquistas como um engenheiro experiente. Mas foi seu discurso final que conquistou o comitê.

Nele, Anderson falou sobre a edição anual da Consumer Reports e suas avaliações para os modelos de carro do ano. Para ajudar os leitores na tarefa de comprar novos veículos, os especialistas usam 3 descrições: altamente recomendado, não recomendado e informações insuficientes.

O candidato propôs, então, que os integrantes do comitê circulassem pela agência espacial e perguntassem a cada pessoa que eles encontrassem se eles conheciam Clayton Anderson. Ele esperava que mais de 50% responderiam que sim. A partir disso, eles deveriam avaliar o engenheiro, e poderiam recomenda-lo ou não.

Foi com muita lábia e bons argumentos que Clayton Anderson finalmente se tornou astronauta pelos 15 anos seguintes de sua vida.

Olhando para trás, pode até parecer fácil, mas com certeza não foi. Mas que deve ter valido a pena, a gente não tem dúvidas, né?