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Não importa se você é apenas um bebê, criança ou adulto. Há grandes chances de o seu cérebro ser viciado em repetição.

Desde o início da vida, aprendemos por repetição. Basta prestar atenção nas primeiras palavras que aprendemos logo depois de “mamãe” ou “papai”: DE NOVO! Isso se explica porque como qualquer outro músculo em nosso corpo, é por meio da repetição de “movimentos” que o cérebro se fortalece.

É daí que, quando você lê um mesmo texto diversas vezes, resolve um problema ou ouve uma música, acaba memorizando as informações.

Com o tempo, a gente continua curtindo repetições, mais especificamente no segmento musical. É ali que muitas vezes a predisposição do cérebro à repetição acaba ficando ainda mais evidente. Afinal, quem nunca ouviu falar naquelas músicas-chiclete, que parecem grudar em nosso cérebro e não descolam nunca?

Mas você já parou para pensar por que, afinal de contas, a gente curte tanto esse lance de repetição na música?

A primeira explicação vem da psicologia. Basicamente, estamos acostumados a preferir coisas às quais fomos expostos previamente, como uma comida, por exemplo. Ou seja, mesmo que você não curta um som logo de cara, há grandes chances de você acabar, no mínimo, se acostumando a ele depois de ouvi-lo, sei lá, milhares de vezes.

Isso explicaria, então, porque o jabá vale a pena para alguns artistas e a razão de tanta música ruim fazendo sucesso.

Mas a pergunta é: o que torna a repetição algo tão fundamental para uma música?

A resposta é simples e complexa ao mesmo tempo. Basicamente, os versos repetidos de uma canção acionam a nossa memória, fazendo com que em um primeiro momento a gente comece a cantar junto, uma vez que sabemos o que vem a seguir e, consequentemente, passemos a fazer parte daquela música, em vez de meros ouvintes passivos.

Outra coisa notada pelos pesquisadores é que, a cada vez que ouvimos uma mesma canção, nosso foco de atenção muda para cada um dos diferentes aspectos daquela canção, possibilitando que a gente descubra diferentes elementos. Isso, então, acaba resultando em uma experiência agradável, que para muitas pessoas é a melhor definição do prazer proporcionado pela música.

Ou seja: não importa se a música é boa ou ruim. Por repetição, há grandes chances de você acabar viciado nela…

Todas as imagens são do artista Erdal Inci.